Estava hesitante sem saber bem o que fazer, sabia que estava só em casa, por costume a mãe sempre presente e sempre preocupada com ele naquele dia tinha saído, quanto à relação com pai era uma coisa meio estranha, sempre ausente e incapaz de uma conversa, pelo menos com sentido, que fosse além do futebol, e de alguns palavrões sobre a política e os políticos. No momento estava preocupado pelo que sentia, como escape e contra o costume resolveu arrumar a roupa que tinha deixado espalhada quando tomou banho, saiu do escritório entrou na casa de banho colocou a roupa suja no cesto, passou um pouco de água na banheira o rodo pelo chão e resolveu descer ao rés-do-chão para tomar alguma coisa. Chegou ao topo das escadas, poisou um pé no degrau, subitamente sentiu o degrau a escapar deslizando debaixo dos pés, e o seu corpo foi sugado para um abismo precipitou-se no espaço a uma velocidade cada vez maior, em pânico quis gritar mas o som não lhe saía da garganta, tentou travar a descida sem conseguir, rapidamente ficou envolto numa escuridão absoluta, não compreendia nada do que lhe estava a acontecer, parecia-lhe que se deslocava num espaço bem limitado como se estivesse a cair num anel em espiral, rodopiava e continuava a cair, cada tentativa de se segurar resultava infrutífera, gradualmente entrou num torpor, vendo passar diante de seus olhos toda a sua vida, sentia-se participante e observador, vivia o momento e olhava-o como coisa além dele. Estava no fim do secundário, ano importante, dito por toda a gente, lá estava ele início do ano a rever amigos e amigas, uns com mais alegria, outros nem por isso. Como um filme a vida continuava a passar, e ele a sentir-se cada vez mais angustiado. Início do décimo ano, Escola nova, colegas novos, novos medos e adaptações, em galope as imagens sucediam-se, os anos por ordem decrescente; nono, sexto, quarto, primeiro, infantário, tudo misturado com cenas da sua vida, Natal, aniversários, Pascoa, catequese, amizades, zangas, namoros. Sentindo-se sempre no duplo papel de acttor e observador. Com angústia observava que o seu corpo ia sofrendo modificações, em cada curva do anel, passava por ele uma fase da sua vida e a sua estrutura física, ia correspondendo a essa fase cada vez mais intensamente. A angústia apoderava-se de todo o seu ser, não compreendia sentia-se incapaz de agir sobre o que lhe estava a acontecer. Subitamente a espiral chegou ao fim e mergulhou num líquido espesso que o fez sentir confortável, dobrou os joelhos reclinou o corpo e levou as mãos ao rosto, só sentia o bater do seu coração, o conforto que sentia como observador era uma réplica do que lhe passava diante dos olhos, copiou os gestos de dobrar os joelhos e reclinar o corpo, levou as mãos ao rosto, gradualmente deixou de ouvir o bater do coração, desapareceu a ideia da existência, ficou o vazio.. Já não era.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
A Queda
Estava hesitante sem saber bem o que fazer, sabia que estava só em casa, por costume a mãe sempre presente e sempre preocupada com ele naquele dia tinha saído, quanto à relação com pai era uma coisa meio estranha, sempre ausente e incapaz de uma conversa, pelo menos com sentido, que fosse além do futebol, e de alguns palavrões sobre a política e os políticos. No momento estava preocupado pelo que sentia, como escape e contra o costume resolveu arrumar a roupa que tinha deixado espalhada quando tomou banho, saiu do escritório entrou na casa de banho colocou a roupa suja no cesto, passou um pouco de água na banheira o rodo pelo chão e resolveu descer ao rés-do-chão para tomar alguma coisa. Chegou ao topo das escadas, poisou um pé no degrau, subitamente sentiu o degrau a escapar deslizando debaixo dos pés, e o seu corpo foi sugado para um abismo precipitou-se no espaço a uma velocidade cada vez maior, em pânico quis gritar mas o som não lhe saía da garganta, tentou travar a descida sem conseguir, rapidamente ficou envolto numa escuridão absoluta, não compreendia nada do que lhe estava a acontecer, parecia-lhe que se deslocava num espaço bem limitado como se estivesse a cair num anel em espiral, rodopiava e continuava a cair, cada tentativa de se segurar resultava infrutífera, gradualmente entrou num torpor, vendo passar diante de seus olhos toda a sua vida, sentia-se participante e observador, vivia o momento e olhava-o como coisa além dele. Estava no fim do secundário, ano importante, dito por toda a gente, lá estava ele início do ano a rever amigos e amigas, uns com mais alegria, outros nem por isso. Como um filme a vida continuava a passar, e ele a sentir-se cada vez mais angustiado. Início do décimo ano, Escola nova, colegas novos, novos medos e adaptações, em galope as imagens sucediam-se, os anos por ordem decrescente; nono, sexto, quarto, primeiro, infantário, tudo misturado com cenas da sua vida, Natal, aniversários, Pascoa, catequese, amizades, zangas, namoros. Sentindo-se sempre no duplo papel de acttor e observador. Com angústia observava que o seu corpo ia sofrendo modificações, em cada curva do anel, passava por ele uma fase da sua vida e a sua estrutura física, ia correspondendo a essa fase cada vez mais intensamente. A angústia apoderava-se de todo o seu ser, não compreendia sentia-se incapaz de agir sobre o que lhe estava a acontecer. Subitamente a espiral chegou ao fim e mergulhou num líquido espesso que o fez sentir confortável, dobrou os joelhos reclinou o corpo e levou as mãos ao rosto, só sentia o bater do seu coração, o conforto que sentia como observador era uma réplica do que lhe passava diante dos olhos, copiou os gestos de dobrar os joelhos e reclinar o corpo, levou as mãos ao rosto, gradualmente deixou de ouvir o bater do coração, desapareceu a ideia da existência, ficou o vazio.. Já não era.
H E R M Í N I O, como Montes Hermínios
Apresentou-se com nome falso em letras azuis e despediu-se rapidamente para ir a um funeral, com promessa de que voltaria para conversarmos. Regressou e encetou comigo uma amizade que duraria até ao dia de hoje, uma viagem de felicidades e atribulações, mas que a tudo sobrevive e sempre vence, tornando-se cada vez mais indestrutível.
Identificou-se em todo o tempo como leal e continuamente se mostrou em gestos como alguém coerente e que estima sempre os seus amigos e os protege. Após a verdade do seu nome ser revelada fez uma analogia com os Montes Hermínios, aos quais os turistas procuram nos tempos de frio para se divertirem nas suas colinas cobertas de manto branco, mas que agora chamam de Serra da Estrela. E embora agindo sempre com coerência, há em si a força de ir além dos limites, rasgando os céus com os seus cumes, indo para além do que os outros foram; mas também a qualidade de descer ao fundo de si na profundidade dos vales, descansando nos sentimentos puros e suaves.
Por assim ser destaca-se em qualquer grupo a que pertença e as circunstância logo o conduzem a ser o seu mentor, de modo a que quando alheio aos compromissos lhes tenta fugir logo lhe batem à porta a solicitar a sua presença nas discussões ordinárias. E mesmo modesto é importante e sabe-o, foge à norma, é desigual, e por ter consciência de toda a sua excentricidade tem a ousadia de possuir no nome uma letra que não se pronuncia, servindo de decoração, concedendo o toque finDianaal de diferença.
É este amigo que mora no distrito acima do meu que comigo representa os dóis sois do nosso universo, somos réis do tempo que é nosso e as palavras são os súbditos que antigos, fiéis e ilustres são toda a nossa amizade. E porque as palavras são verdadeiras, conforme a autenticidade dos autores, é a pessoa a quem a memória recorre sempre que algum acontecimento se evidencia no meu quotidiano. Posso refugiar-me na sua doçura e na sensatez dos seus pareceres. É a minha luz quando não consigo iluminar-me e o amigo mais disponível. É unidos que os nossos poderes são maiores e temos a intensidade necessária para escapar dos fossos escuros da vida.
Por isso, prevejo e desejo que a nossa amizade seja eterna e sempre incompleta para que cada um traga as suas novas vivências e reforce os laços invisíveis que nos unem. Que sejamos sempre a mão que vai à frente a guiar quem se perdeu para que fiquemos depois lado a lado a apreciar as maravilhas que ocorrem debaixo da nossa claridade.
Por assim ser destaca-se em qualquer grupo a que pertença e as circunstância logo o conduzem a ser o seu mentor, de modo a que quando alheio aos compromissos lhes tenta fugir logo lhe batem à porta a solicitar a sua presença nas discussões ordinárias. E mesmo modesto é importante e sabe-o, foge à norma, é desigual, e por ter consciência de toda a sua excentricidade tem a ousadia de possuir no nome uma letra que não se pronuncia, servindo de decoração, concedendo o toque finDianaal de diferença.
É este amigo que mora no distrito acima do meu que comigo representa os dóis sois do nosso universo, somos réis do tempo que é nosso e as palavras são os súbditos que antigos, fiéis e ilustres são toda a nossa amizade. E porque as palavras são verdadeiras, conforme a autenticidade dos autores, é a pessoa a quem a memória recorre sempre que algum acontecimento se evidencia no meu quotidiano. Posso refugiar-me na sua doçura e na sensatez dos seus pareceres. É a minha luz quando não consigo iluminar-me e o amigo mais disponível. É unidos que os nossos poderes são maiores e temos a intensidade necessária para escapar dos fossos escuros da vida.
Por isso, prevejo e desejo que a nossa amizade seja eterna e sempre incompleta para que cada um traga as suas novas vivências e reforce os laços invisíveis que nos unem. Que sejamos sempre a mão que vai à frente a guiar quem se perdeu para que fiquemos depois lado a lado a apreciar as maravilhas que ocorrem debaixo da nossa claridade.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Rasto de Letras
Amansar o pêlo a um cão é mais fácil que escrever. Tenho chegado a essa conclusão após várias tentativas de encetar uma pequena prosa. Observar a vida que corre e guarda-la no fundo dos olhos é mais natural que capta-la e exagera-la em versos. Porém o nascer de uma flor, o cair de uma folha são detalhes ordinários mas que merecem todas as vezes um canto intenso e renascido.
E embora as minhas mãos escrevam torto, continuamente fui decalcando a realidade para o papel, todavia passar a escrito o que a alma tem oculto é dificultoso e angustiante. Como deixar a panela da sopa ao lume e por momentos de distracção ela sujar todo o fogão. Escrever é apelar aos sentidos, à memória e à alma e ainda ao facto de estarmos vivos. Por isso, tantas vezes o evitei e julguei não ser capaz. Escrevo com as mãos e estou escrevendo com o coração, num estilo regular e diferenciado, porque é a minha caneta e não a de outro.
Está silêncio no quarto e no entanto ouvem-se barulhos vários na rua, mas como o lá fora é diferente do cá dentro, o silêncio é rei. E assim a minha mente está em sossego, vazia de lembranças que ora fazem rir ora fazem chorar. Os fins de Outono querem adentrar-se em mim, porém embatem com o vidro da janela grande e eu vejo-os tomarem o caminho de regresso. Há calma no meu mar, que só é possível quando se anulam sentimentos e sensações, mas quando se existe quer-se respirar toda a vida e sentir toda a terra e acarinhar toda a água. Escrever é viver nas palavras e sentir exacerbadamente, não se pode ser escritor quando se quer ser neutro. Eu quero ser neutra e quero escrever sempre. Deste modo, sou uma plenitude de contradições e escrever é o que me custa mais, talvez seja por isso que gosto tanto. Lembra-me de um cão a quem fazemos carinhos e ele nos resmunga e logo a seguir nos lambe com euforia.
As letras são o meus rasto, pois todo o concreto se faz acompanhar por uma sombra. Guardo-as aqui e ali e serão o meu único vestígio quando as fotografias se ficarem esquecidas e a carne desaparecer dos ossos.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Percepção
Abriu a janela e o cheiro a terra lavrada infiltrou-se pelas narinas invadindo o compartimento onde estava, o espaço onde normalmente estudava, pomposamente denominado escritório. Quase não havia vento, apenas uma ligeira brisa, o ar fresco da manhã chegava directamente e envolvia o seu corpo acabado de sair do banho. À sensação bem agradável a ar fresco juntava-se o cheiro a promessa de vida. Olhou distraidamente pela janela, a calma que rodeia a casa onde vive é uma rotina constante, apenas intervalada pela passagem de um ou outro veículo. Manteve o olhar distraidamente no espaço que a janela permitia alcançar, como quem procura mais do que os sentidos vêem e sentem. A Primavera estava praticamente no início exuberante de cor e luz. Continuou a olhar, preso a nada tentando ver para além do que o envolvia. Continuava junto à janela de costas para o compartimento fixado no espaço circundante. Não era dado a grandes preocupações filosóficas espirituais, vivia como todos os jovens da sua idade, com uma aparente liberdade mas com grande pressão dos pais e de todos os que o rodeavam, com dezoito anos as perguntas que lhe faziam eram invariavelmente: - Que notas tens? Que curso vais escolher? Achas que vale a pena? A que se acrescentavam as recomendações: - Estuda. Tem juízo. Vê lá com quem andas. Enquanto se mantinha imóvel, indeciso, pensando no que fazer, uma estranha sensação se apoderou dele, como se alguma coisa ou alguém estivesse presente, uma sensação de proximidade percorreu-lhe o corpo, sentiu que uma mão lhe tocava levemente no ombro e esse toque prolongou-se indefinidamente por ele todo, impelido por essa sensação voltou-se lentamente a medo, olhando para o interior do compartimento, apenas paredes, portas, móveis e livros na secretária o computador ainda desligado, estranhamente o telemóvel inerte, tinha-se esquecido de o colocar a carregar, coisa estranha nele, o telemóvel era praticamente um prolongamento do corpo, não o ter disponível fazia-o sentir mutilado, mas nesse momento não, a sensação sentida era demasiado forte e o que observava eram objectos sem vida, no resto apenas o vazio, simplesmente o vazio. No momento em que os seus olhos tinham acabado de percorrer todo o escritório, notou que suavemente a porta de entrada se abriu. Aturdido teve a Percepção de que não estava sozinho.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
As Novas Camisas Negras
Saio à rua num dia frio em pleno Dezembro, logo que ouço a porta fechar-se atrás de mim enterro as mãos nas algibeiras e dirijo-me para o café onde deixei a avó há uma hora antes. Da mínima distância entre o lar e o salão de chá sinto a cara gelar-me, embora o resto do corpo se mantenha envolto em quase toda a roupa que guardo no armário.
Quando me abeirei do estabelecimento logo pude reparar no ajuntamento de senhoras que constituíam, ali sozinhas em todo o café, a verdadeira máfia da região. Todos os dias à hora habitual, vão chegando e ocupando os seus respectivos lugares, podemos identifica-las pelo passo lento mas certo, pelos cabelos cinzentos e pela roupa preta, arrisco até a denomina-las de "as novas camisas negras". Sorriem ao verem-me chegar e ganham aspecto de avós carinhosas, fazem-me elogios e dão-me grandes atenções. Contudo, quando não estou, há conversas animadas sobre as suas vidas e a dos outros, competem afincadamente sobre quem tem as maiores e mais dolorosas doenças, partilham as mais recentes notícias da freguesia e mantêm-se sempre actualizadas. Se o sino bateu a avisar um falecimento, logo se pergunta ao primeiro que passar quem morreu e, assim, vão estando na primeira fila da informação local. Viver-se desta forma é muito difícil! Há que cuidar da sua vida e zelar pela dos outros! Cada habitante merece o seu devido destaque na tertúlia, há que indicar sem discriminações o que está bem, o que está mal e o que simplesmente poderia ser evitado. Com toda a variedade de assuntos e tons de conversa estas senhoras divertem-me. A minha chegada é o sinal do encerramento da reunião, saímos e cada uma segue o seu rumo, tomo o braço esquerdo da minha avó e regressamos a casa juntamente com outra senhora que pouco se expressa, mas se despede sempre com um "até amanhã".
Vejo no pequeno percurso o céu andrógino, azul claro com largas pinceladas cor-de-rosa, é belo na sua singeleza e ambiguidade e sempre diferente na sua eterna igualdade. Pudéssemos ser como ele que é gracioso, sem perder a novidade, em todo o tempo deixando as nuvens acaricia-lo lentamente. Tenho-lhe admiração e inveja, deixa-me saudades, pois com o tempo que vivemos só posso contempla-lo nas rápidas saídas de casa.
E com estes pensamentos entramos na nossa habitação. Na sequência destas imagens relembro como a avó é popular na cidade. Cada pessoa que nos via na rua apressava-se a vir-nos cumprimentar e perguntar como passa a dona Maria, a cada uma conta a lengalenga das doenças, toda ela verdadeira e bem recente, são factos que não podem ser ocultados quando se é um jornal de notícias ambulante, mas isto nada me incomoda, até ajuda a passar o tempo, já que a noite é deveras serena, o dia tem de ser vivido na sua plenitude.
No momento de agora, pôs-se ao comprido na cama, com todos os cobertores que temos por cima, ora alerta à recitação do rosário que passa na rádio ora a dormitar, porque chegando a uma certa idade a vida desenrola-se em volta de uma aprazível rotina de comer, dormir, orar e mal-dizer.
Carta para uma amiga escritora
Não deves ficar sem um cumprimento meu quando nos aproximamos do Natal e no meio da festa a solidão muitas vezes pesa mais que nunca. Mas se perceberes que ela é paradoxalmente um bem, talvez te alegres e perguntes a ti mesma: Seria uma solidão sem grandeza, solidão? Existe apenas uma solidão, e ela é grande, nada fácil de suportar, mas criativa. Chegam horas em que quase todos gostaríamos de trocá-la por uma união qualquer, por mais banal e sem valor que seja, trocá-la pela aparência de uma mínima concordância com o próximo, mesmo que com a pessoa mais indigna... No entanto, talvez sejam justamente nessas horas em que a solidão cresce, que cresce dentro de nós o sentido espiritual e estético da criatividade, o seu crescimento é doloroso como o crescimento de um menino a quem falta tudo. Mas isto não te deve confundir, o que é necessário é apenas o seguinte: solidão, uma grande solidão interior. Mas que provoque em ti mesma a descoberta de toda a potencialidade que habita em ti. Quando éramos crianças olhávamos para os adultos e parecia que eles andavam sempre atarefados com coisas importantes e grandiosas, afinal era apenas um mundo diferente e na maior parte das vezes estavam e estão ocupados com coisas bem desinteressantes e mesquinhas que lhes endurecia o coração e os desligava do sentido da vida. Pensa querida amiga, trazes dentro de ti a capacidade de descobrir e revelar o mundo que te rodeia na sua verdade, mas mais que isso naquilo que só se vê com olhos e inteligência, que só alguns conseguem ter. Tens ainda a capacidade de descobrir a combinação certa para palavras e frases como se elas fossem usadas pela primeira vez. Sei que se um acontecimento, pormenor ou caso é digno do teu amor ou atenção, tornas isso em arte, deves continuar assim, sem fazer muito esforço em relação ao convencimento dos outros, mas sim ao teu próprio deleite. Eu sei que te propus uma tarefa dura, e sei que terás momentos com vontade de desistir, posso apenas aconselhar-te que ponderes e continues, provavelmente o caminho será bem tortuoso, mas estarei a teu lado, serei sempre um amigo que te escutará e tentará acompanhar-te sempre na tua caminhada. Estamos a chegar ao Natal como já referi, um tempo sinal de contradição pela aparente irracionalidade de um Deus que se fez homem, faria parte da normalidade desejar-te um tempo feliz, porém eu digo: Descobre-te na tua totalidade, sê tu. E a felicidade nascerá a partir de ti.
Com amizade
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